sábado, 13 de agosto de 2016


"cegueira"
não há problema
se esperarmos um pouco mais.
leituras incompreensíveis,
algo como não olhar para a essência.
mas você pode voltar,
sem pressa
você e suas certezas,
essas que não acrescentam nada.
e o pior é que sabemos
feitos doidões no manicômio,
que toda a fantasia é válida,
pois o que normalmente interessa
é esperar o bar fechar.
esta noite, baby,
vamos acontecer superficialmente
é esse o amor que cabe em nós,
é o que todo mundo tem prá oferecer.
e ninguém chega a lugar nenhum,
mas todos nós estamos conformados.
e temos amigos de verdade,
só para variar.
e quem abandonamos?
ou,
que sonhos de nós mesmos roubamos?
pouco importam as respostas
quando não se consegue escutar,
é só mais um dia
sem lugar algum para chegar.
afonso.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016



"embriagado"

ambição desenfreada
é esse meu desejo 
de viver em ti a minha paz,
nas andanças poeirentas peregrinas
que o alheio da tua alma traz.

sustento igual a mãe terra
começa feito um olho d'água,
nascente oceânica
um curso que desce
feito de apenas uma lágrima.

um choro que foge
a toda percepção de mundo,
onde me inundo,
esse é o alcance da tua tristeza.

isso cai do alto
corre por montanhas e vales
lavam todos os nossos males
e por fim, depois de todo esse vir,
ainda fazes ó Deus,
a lágrima subir.

não há abismo
em tua terra natal,
a gente é que fere
o coração da gente.

e da morte que Tu renasce,
vou perceber o brilho
que há na outra face
só quando olhar no outro a dor
embriagado pelo Teu amor.

afonso 27/07/2016